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A HISTÓRIA

DA CANOA POLINÉSIA / HAVAIANA​ / MAORI

​Há cerca de 25 mil anos as canoas já eram parte essencial na vida das civilizações do Oceano Pacífico. As primeiras embarcações eram jangadas de bambu com velas feitas de junco, que colonizaram as Filipinas e ilhas da Indonésia e posteriormente a Melanésia e Austrália. Vinte e cinco mil anos se passaram para que a tecnologia marítima permitisse a chegada dos primeiros colonizadores à Polinésia.

 

O mar aberto exigia que os cascos dos barcos fossem maiores e resistentes e para isso era necessário que fossem cavados de um único tronco. O enxó, pequena enxada com lâmina de pedra, concha ou jade para entalhar madeira foi o que permitiu esse avanço náutico.

 

O enxó era considerado um instrumento religioso e sagrado, sendo abençoado em rituais e venerado pelas civilizações marítimas. As árvores na Polinésia eram selecionadas por sacerdotes em função do seu espírito, ou "mana", e abençoadas antes do seu corte.

 

O primeiro entalhe era realizado com um enxó cerimonial sagrado também seguido de nova bênção do Kahuna kalai Wa´a (tipo de sacerdote). Após entalhada a canoa era novamente abençoada num cerimonial de proteção chamado Pui i Ka Wa´a antes de seguir para a casa do Kalaiwa´a (construtor de canoas), onde seria finalizada.

 

A canoa era e ainda é considerada um objeto sagrado. A cerimônia realizada ao amanhecer se chama WaiKai (benção da água) e nesse momento é importante que todos os presentes se livrem dos pensamentos negativos para que o espírito coletivo seja transportado para a canoa. Antes do início da cerimônia os participantes se apresentam e manifestam os seus pensamentos e desejos para o futuro das canoas.

 

Em seguida se inicia o Haka (ritual de dança). Após este ritual, é trazida a cuia feita de Koa (madeira sagrada havaiana). Nela estão misturados água doce e salgada. A água doce representa a água que alimentou a árvore e a água salgada simboliza a moradia final da canoa: o mar. Olhando as montanhas se inicia o Mele (canto).

Após ao Mele, o Kahu (sacerdote) caminha em torno do semicírculo de pessoas e, molhando folhas na cuia, joga água no tronco e cabeça de cada participante. Sem cessar o seu canto, o sacerdote segue em direção ao Halau (casa da canoa) e abençoa, não só a moradia, mas também o chão onde as canoas descansam.

 

Ao terminar, o Kahu volta ao círculo e bebe o restante da água na cuia. A canoa havaiana atual descende das tradicionais canoas de pesca havaianas. Apesar de serem projetadas para remo, é possível a adição de um mastro e vela para combinar a propulsão de remo à vela.​​

A Canoa Havaiana existe há mais de 3.000 anos, e sempre foi usada para conduzir os povos e sua cultura para outras localidades.

 

Originalmente, este tipo de embarcação era propulsionada à vela e remo, o que se permitia navegar durante o dia e à noite. A adição do casco duplo na estrutura da canoa aumentou seu desempenho em alto mar, tornando o outrigger um instrumento de importância sócio-cultural inigualável na cultura das Ilhas do Pacífico. Grandes distâncias percorridas em mar aberto fizeram com que tal embarcação se tornasse mística e sagrada para estes povos, pois naquela época, as guarnições se aventuravam no mar em busca de novas ilhas e seus familiares quase sempre não

obtinham notícias nem tinham certeza do êxito e se estes pioneiros tinham ou não alcançado ilhas com terras melhores. Os aventureiros remadores eram selecionados a dedo, escolhidos com muito critério, dava-se preferência aos mais fortes e com considerável nível de gordura no corpo para poderem suportar uma dieta rígida de vários dias remando, isto resultou em um biotipo encontrado somente nas ilhas mais distantes como o Hawaii.

Deste processo evolutivo culminou o surgimento da Canoa Havaiana ou Outrigger, forma como é chamada no Hawaii. Também conhecida como catamarã havaiano, ela mede 14 metros de comprimento, tem 90 cm de largura e altura, podendo atingir velocidade de 9 nós (17 km/h), caracteriza-se por ter propulsão mista, o casco duplo sustentado atravéz de dois yakos retos torna a embarcação estável e segura, já a canoa com casco único ou simples tem seu equilíbrio apoiado a um flutuador lateral denominado "ama", é interligada a esta por dois yakos curvos também em madeira, com isto, exige maior prática e trabalho em conjunto da equipe pois a instabilidade é maior. Atualmente, o outrigger se divide em duas categorias distintas: categoria remo e vela e categoria remo. A embarcação usada nas duas modalidades é basicamente a mesma, sendo que na competição à vela, são adicionados um terceiro casco e um mastro, que suporta uma vela triangular muito semelhante à de uma jangada brasileira. Já na categoria remo, duas classes de outrigger disputam os melhores tempos: a classe MalÌa e a classe Long Boat. A classe MalÌa tem sua origem na embarcação de madeira koa, criada por Takeo-Yamazaki, em 1933. Em 1954, foi construído o primeiro molde em fibra de vidro.                                             ​

                                     

​Fonte: www.canoahavaiana.com.br                                         

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